Pode ser uma xícara que tenha um valor sentimental, ela pode
conter a medida exata de café que você gosta de tomar, não importa o motivo ou
mania, é sua xícara, e a última coisa que você deseja é vê-la usada, suja, na
beira da mesa, da pia, prestes a cair no chão e quebrar.
Não há problema, quando as pessoas respeitam o que é seu,
mas, dependendo do lugar, da república ou do convívio, alguém “esperto” vai
pegá-la limpa, tomar café nela e deixá-la em qualquer lugar.
Não é egoísmo (pode até ser confundido com...), pode ser uma
mania, um (TOC)
transtorno obsessivo compulsivo. Não que o mundo irá se acabar porque a pessoa
não cumpriu o ritual compulsivo de beber na xícara de estimação. Não que o
gosto do café será diferente por estar em outra xícara.
Se você tem uma xícara de estimação, com valor sentimental, ela
corre o risco diário de ser quebrada, acidentes acontecem... Se a xícara “sobreviveu”
intacta a mudanças de casas, é mais um motivo para se ter apego a ela.
É uma
história. Não que você esteja traindo a xícara, por estar bebendo café em outra,
quando não está em casa, porém seria estranho levar sua xícara de casa.
Pessoas e as manias, as manias de ser pessoa: “Cadê minha xícara?
”; “Quem a pegou? ”; “Onde a deixaram? ” Esta xícara é muito grande, esta é
muito pequena.
Não tinha seu nome nela, vão dizer, contudo não seria difícil de
descobrir a fidelidade, todo dia, tomando café na mesma xícara, mesma cor,
guardando-a no mesmo lugar, diferente de tomar café nos copos descartáveis “clonados”
de plástico.
Aquele momento especial com sua xícara, seu café, como
personalizá-la, como tirá-la do uso coletivo, existem outras xícaras, todavia
você gosta daquela em particular. Alguém teve a ideia de usar a asa que não
serve para voar da xícara para colocar um cadeado, pronto, xícara
personalizada, propriedade privada.
Passar o cadeado na xícara. Se perder a chave, terá de pagar
um chaveiro para “abrir” a xícara. Ao mesmo tempo, pode ser que alguém tente
abrir o cadeado para roubar a xícara, nem pelo valor, mas só para provar que
nada é realmente a prova de furto.
Será que quem colocou cadeado na xícara gostava muito dela ou
simplesmente se cansou de sempre lavar xícara para os outros sujarem e resolveu
garantir uma xícara limpa quando precisasse.
Quem teria desencadeado essa
ideia? Esse pode não ser o cadeado do amor colocado por casais na
ponte de Paris (não se pode mais colocar esses cadeados lá), mas é um cadeado de amor à xícara. É impossível "desquebrar" uma xícara, porém se pode "trancá-la" a cadeado.
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