Escada Escheriana Rubra

Guardadas as devidas proporções, não tem como ver estas escadas sem lembrar das escadas do artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher da litografia: Relatividade. Se uma pessoa andasse na parte debaixo da escada, desafiando a gravidade, a comparação seria mais precisa.

É uma escada invertida, translúcida. M. C. Escher, com certeza, teria gostado dela, tirando a sensação de abafamento, claro. A sensação de se deitar embaixo dela e se imaginar subindo deve ser bem interessante. Ao mesmo tempo, ela é discreta no sentido de ocultar quem sobe ou desce por ela.

Se por um lado ela esconde quem a utiliza, por outro, ela é muito chamativa, não bastasse brincar com o ponto de vista, ainda foi pintada na chamativa cor vermelha.  A sensação de claustrofobia deve aumentar no segundo lance de escadas.

É um surreal incômodo, ao mesmo tempo, interessante. Parece querer ocupar violentamente e abafar o espaço. É um projeto de escada bem original. O vermelho berrante contrasta com o tranquilo e pacífico branco, guerra e paz.

No andar de cima, com certeza, não deve haver um consultório médico ou odontológico. Essa escada espantaria os pacientes.

O lugar e a escada vermelha esquisita estarão sempre associados na lembrança de quem esteve aí, de quem morou aí, do arquiteto que projetou a escada. Escada rubra, esquisita, violenta, abafada, destoante.

Se formos pensar no significado da cor vermelha em publicidade, propaganda e marketing associado à lembrança da obra de Escher, a intenção de quem projetou essa escada pode ter centenas de interpretações ou apenas uma excentricidade para incomodar mesmo.

Independentemente do que for esse lugar, sem informações da origem da foto, podemos interpretar livremente: Eu já vi dezenas de escadas, mas essa é única, bizarra e surreal.

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