George Martin morreu, aos 90 anos, considerado o 5° Beatle,
ele descobriu o quarteto de Liverpool e lançou-os para o estrelato mundial.
Além dos Beatles, ele produziu uma infinidade de artistas de renome mundial e
700 álbuns em 50 anos de carreira como produtor musical. O post que se segue
foi escrito antes da morte de George Martin, dois dias atrás.
Eu comentei a música Yesterday (comentei também: “I Am The
Walrus”), uma das inúmeras músicas que ele trabalhou no arranjo. George Martin
também era músico. Ele ajudou a lapidar o diamante bruto dos Beatles de 1962, até
o brilhante diamante psicodélico do álbum Sgt. Peppers. Precisei modificar o
título, deixarei o original no fim do post. Segue o post:
“O ovo metaleiro está fazendo a primeira e última
apresentação na frigideira que está servindo de palco e, depois, será a pira
funerária. Parece a música: A plateia, com certeza, não está cheia. Será numa
das refeições, ou para matar a fome, que terminará a quase famosa carreira de
um promissor astro do heavy metal, mas se fosse uma ostra do mar aberto?
Justo agora que o ovo frito deixou de ser vilão e não era
mais demonizado pelos cardiologistas. Resta saber se, ao final, a plateia
decidiu por gema mole ou dura. Gema mole que será furada pelo pedaço de pão,
mas a gema mole traz um perigo, a bactéria Salmonella.
Em São Paulo, uma lei proíbe o ovo de ser servido com a gema
mole. A contaminação por salmonela provoca vômito, diarreia, febre, náusea,
mal-estar, inclusive, pode causar a morte. A maionese caseira que é feita com
ovo pode ser contaminada com a salmonela.
Por que uns preferem a gema, e outros, a clara. Os que
gostam mais da gema parecem ser a maioria, mas comem a clara. Não foi a
primeira vez que música e ovos se misturam na batedeira da música dos headbangers
(bater-cabeça, aquele movimento frenético com a cabeça feito em shows de heavy
metal).
Paul McCartney acordou com a melodia de “Ovos Mexidos” na
cabeça. Ele chegou a pensar que a tinha roubado, sem querer. Perguntou a várias
pessoas se a conheciam, e ninguém a tinha ouvido antes. Enfim, Paul se
convenceu de que a musa da inspiração o tinha visitado, com a melodia dos Ovos
Mexidos.
Não que os ovos mexidos não sejam importantes, mas,
intuitivamente, Paul deve ter percebido que havia um potencial poético,
emocional, melancólico capaz de invocar lembranças, sentimentos muito mais
profundos que o de Ovos Mexidos.
Durante meses, ele a cantou com a letra Ovos Mexidos,
mexidos e remexidos. Com o primeiro verso: "Scrambled Eggs, oh, my baby,
how I love your legs" (“Ovos mexidos, oh, minha querida, como eu adoro as
tuas pernas”). Foi durante uma viagem com a namorada, Jane Asher, a caminho do
litoral Sul de Portugal, que palavras em looping dançaram na mente de Paul. Ele
procurava uma que se encaixassem no riff do começo.
De repente, a palavra Yesterday (Ontem) surgiu e foi o
“gatilho” emocional que desencadeou o resto da letra. Yesterday é história:
Ontem, hoje e amanhã. Reflexão solitária, emotiva, história de amor dilacerado,
despedaçado. Ela foi embora sem dizer nada...
Se ontem alguém comeu ovos mexidos no café da manhã ou
omelete, não será um fato tão marcante. Quem sabe, o casal comeu ovos mexidos
toda manhã, ela foi embora, sem explicar, e ficou o trauma.
Os ovos mexidos não precisam ficar tristes, eles aparecem,
não mexidos, mas na forma, talvez, de um super-herói ou anti-herói na música: “I
Am The Walrus” (Eu Sou a Morsa). No contexto psicodélico surrealista ficou
ótimo, caberia espaço até para um arqui-inimigo, um vilão chamado: Homem-Salmonella. ”
I
am the eggman (Eu sou o homem-ovo)
They
are the eggmen (Eles são os homens-ovos)
O título original desta postagem, antes da morte de George
Martin, era: Egg Metal: Os Ovos Fritos Headbangers.
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