Foi
uma solução criativa, ousada, mas muito perigosa, de acompanhar a
esposa, supondo que sejam um casal. O passeio ao ar livre é ótimo, porém quando
ele não é mais possível de ser feito andando ou a dificuldade de andar é grande, existem alternativas. Foi uma
atitude radical, talvez, inspirada no skate do neto ou bisneto. Ele pega uma “carona”
na cadeira de rodas motorizada dela. Assim como não existe idade para praticar
esportes radicais, não há idade para tomar um tombo. Certamente, há um limite
de manobras, onde, as mais difíceis, apenas experientes skatistas podem
executar. Obviamente, o objetivo dele é acompanhar a esposa cadeirante. Ele
também não está pensando em nenhuma manobra radical, porém a queda não tem
relação direta com o radicalismo da manobra, basta o skate encontrar um obstáculo
no percurso, um desnível na rua, uma pedra, para um tombo repentino acontecer.
Um tombo é perigoso em qualquer idade, mas, principalmente, em idade avançada,
quando a recuperação de fraturas é mais lenta. Essa sensação de imprudência, na
foto do post, seria diminuída, se ele estivesse usando os equipamentos de
segurança para skate, que todo skatista usa, ou deveria usar: capacete; cotoveleiras;
joelheira; etc. Se alguém vir essa cena por outro ângulo, por exemplo, de
frente com a mulher da cadeira de rodas, parecerá que o marido vem empurrando a
cadeira de rodas, quando, na verdade, ele que está sendo “rebocado” pela mulher.
Para quem veja a cena mais de perto, o deslocamento do homem parecerá bem
estranho, pois o caminhar tem um balanço típico, bem diferente do deslizar sobre patins ou skate.
Como ele vem atrás, não de lado, pode parecer que acabou a bateria da cadeira
de rodas, e ele a está empurrando. Apesar de todo o perigo, devido à falta dos
equipamentos de segurança, foi uma solução bem original, para poder acompanhar a
esposa ao ar livre. Indiferente de quem teve a ideia, ele ou ela, os dois estão
aproveitando o passeio. Mesmo com os equipamentos de segurança necessários, o
trecho a ser percorrido teria de ser parecido com esse da foto ou um parque com camada asfáltica, sem rachaduras e buracos. A acessibilidade
e mobilidade para os deficientes físicos ainda é uma questão que está longe de
ser resolvida no Brasil.
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