Enquanto alguns optam por viver perigosamente e pagam o
preço, outros escolhem dormir perigosamente. O trilho do trem não é apenas o
travesseiro, o homem deve estar confiando que ouvirá a vibração do trem se propagando pelos trilhos, quando estiver
a certa distância. Um “truque” que foi muito mostrando nos filmes americanos,
quando os índios colocavam um dos ouvidos no trilho do trem, para saber se o
trem estava chegando. Para quem tem medo de "perder" a estação que vai descer,
com aquela cochilada arrebatadora, imagine que ele pode literalmente morrer, se
não perceber o trem chegando. Espreguiçar e bocejar, antes de levantar, pode
ser a diferença entre viver ou morrer. Se ele for um trabalhador ferroviário,
deve ser muito estimado entre os amigos, confiando que alguns deles o avisaram,
quando o trem estiver chegando. Se for na hora do almoço, que lugar melhor e
seguro para faze a cesta do que se deitar na linha do trem. Se essa história
terminou mal, muitos se perguntarão por que ele não fez um travesseiro com as
pedras e deitou fora da linha do trem, evitando esse exibicionismo. O mais provável é que o trecho da linha tenha
sido interditado para manutenção, se ele estiver cochilando de verdade ou foi
apenas um falso cochilo para tirar a foto. Desafiar a morte é extremamente perigoso,
dormindo, ainda mais. O homem dormente está na mesma posição dos dormentes dos
trilhos, aquelas madeiras, vigas, colocadas transversalmente. Para o bem da
natureza, já existe um substituto da madeira na fabricação dos dormentes. Existe
uma excelente ideia que está sendo implementada, a
substituição dos dormentes de madeira pelos dormentes poliméricos, a chamada
“madeira plástica”, que é feita da reciclagem de garrafas pets, pneus velhos,
entre outros materiais. De acordo com o infográfico da fábrica Wisewood, instalada
em Itatiba (SP), pioneira na produção de dormentes poliméricos, a cada 1 km de
linha férrea utilizando os dormentes de plásticos, 750 árvores deixam de ser
derrubadas e 158 toneladas de resíduos plásticos são reciclados. As vantagens são várias, ainda, segundo o infográfico
da empresa: possui vida útil de 30 anos ou mais; reduz o custo de manutenção da
via férrea; é totalmente reciclado e reciclável; etc. Quando íamos imaginar que
tal como o Ferrorama, miniatura de trem feita de plástico, que tinha os trilhos
e dormentes de plástico, os trens e metrôs de verdade teriam os dormentes de
plástico, ainda mais impressionante é o Trem Bala japonês, que levita sobre os trilhos. Apesar da diferença de escala entre o Playmobil e o Ferrorama, o
Playmobil podia andar de Ferrorama, claro, como pingente, em cima do trem, sem
riscos, afinal, como diz a música dos Titãs: “As flores de plástico não
morrem”, o Playmobil também não.
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