Alien, O Oitavo Grampeador

        Materiais de escritório são bem conhecidos, eles não são de outro mundo. Quando o design  do grampeador foi alterado, lembrou um dos mais famosos e apavorantes aliens dos filmes de ficção científica.  As formas arredondadas, principalmente, o detalhe na parte de cima, o reflexo, fizeram o grampeador ter certa semelhança com o alienígena. Parece que não foi de propósito, se fosse,  o grampeador seria mais monocromático, e haveria mais semelhança. O grampeador lembra mesmo uma boca que morde. Se houver um vacilo, na hora de recarregar o “pente” de grampos, quando a câmara é apertada de volta, um grampo pode entrar no dedo. Nesse aspecto dos grampos, o grampeador parece mais um tubarão, onde os grampos são os dentes que, uma vez perdidos, são substituídos.  O grampeador foi  uma grande invenção, para manter e organizar a papelada junta. Todos já tivemos a desagradável surpresa de ver um antigo documento ou trabalho com o grampo cobreado enferrujado, marcando o papel. O grampo galvanizado é mais resistente à oxidação. Outra coisa chata é quando o grampeador emperra e os grampos ficam encavalados. Os grampos foram inventados pelos persas, na construção. O primeiro grampeador de papel foi feito artesanalmente, para o  uso exclusivo do rei Francês Luís XV.  No século XIX, conforme o uso  do papel aumentava, o grampeador foi cada vez mais  necessário, espalhando-se, até se tornar popular.  As gráficas utilizavam grampeadores potentes, para poder grampear uma quantidade maior de folhas, os talões de notas fiscais. O acabamento envolvia, picotar, colar e grampear. Com o surgimento do computador, o modo de armazenar documentos, informação, mudou muito, e os escritórios também. O clipes, que também podem enferrujar, grampos e o grampeador são menos utilizados.  Hoje, há as notas fiscais eletrônicas, até os escritórios ficaram remotos, com a tendência do Home Office (escritório em casa). A diminuição do uso do papel, com certeza, causou uma diminuição na produção de grampeadores.   Já o monstro Alien, o Xenomorfo, ele não depende de papel para continuar, mas de um hospedeiro, embora, graças à computação gráfica, o papel dos atores que interpretavam monstros (usavam o traje e a maquiagem), diminuiu muito.  Uma sequência da franquia Alien está prevista para 2016. É provável  que a atriz Sigourney Weaver volte a interpretar Ellen Ripley. Não que ela esteja presa (grampeada)  a esse papel, mas os fãs a querem sempre enfrentando esses fantasmas ou monstros do passado. Com a clonagem, como já foi feito em um dos filmes da franquia, Ellen Ripley poderá sempre marcar presença. Com a computação gráfica, Sigourney Weaver, também, aliás, isso já vem sendo introduzido, aos poucos, por Hollywood. O rosto do ator, quando era jovem, colocado digitalmente, substituindo o rosto do dublê ou de outro ator, por exemplo, no “O Exterminador do Futuro - A Salvação", Arnold Schwarzenegger, com a autorização dele, claro, foi introduzido digitalmente no filme. O ator criticou o filme, o único que não atuou, pelo menos, em carne e osso, atuou digitalmente, virtualmente. Na época do filme, ele estava ocupado, sendo o Governador do Presente, na Califórnia.  A publicidade já descobriu esse potencial, da ressuscitação digital ou atuação digital, basta assistir ao comercial, onde Bruce Lee foi ressuscitado, e como os pixels parecem mesmo de carne e osso, muito mais "reais" que a computação gráfica, com poucos recursos, na época, usada para ressuscitar o filho dele, Brandon Lee, que morreu acidentalmente (há controvérsias) durante as filmagens de: O Corvo, 1994. O último exemplo de atuação póstuma digital, é o do falecido ator, Paul Walker, da franquia: Velozes e Furiosos 7, que morreu num terrível acidente de carro, na Califórnia. A computação gráfica para trazê-lo de volta encareceu o orçamento do filme em 50 milhões de dólares. A ideia, num futuro próximo, é atores já falecidos, atuando, digitalmente, em novas produções. Para fechar o grampeador com grampo de ouro, a franquia Alien inspirou um game, e a maldição xenomorfa passou de mãe para filha, no game: Alien: Isolation, Amanda Ripley, que é filha da tenente Ellen Ripley, enfrenta o bicho papão meloso com uma boca interna. Eu tinha pensado no título como: Gramalien (mistura de grampeador com alien), mas pareceu Gremlin, se bem que, quando alimentado depois da meia-noite, o Gremlin causava quase tantos estragos e terror quanto o Alien.

Comentários