A cada dia que passa, as
ciclovias se tornam mais necessárias. Elas incentivam as pessoas a deixarem o
carro em casa, diminuindo a superlotação dos transportes públicos, além do lado
saudável, que é a prática de exercício físico. Em São Paulo, um mapa com ciclovias, ciclofaixas e
ciclorrotas e mantido é atualizado, assim que novas ciclovias são inauguradas,
pela companhia de Engenharia de Tráfego
de São Paulo (CET). Não só São Paulo, mas todos os estados da federação têm se
preocupado com essa questão da ciclovia e da mobilidade urbana. Às vezes, a intenção é boa,
mas, como se diz, o caminho para o inferno pode estar pavimentado com “boas”
intenções. É o caso da foto do post, que não é do Brasil, pelo menos até onde eu sei. Não importa de onde ela seja, ela não faz nenhum sentido. Embora esteja
sinalizada como ciclovia, as chances de o ciclista cair no canal, ou rio, são
enormes. Quem já andou de bicicleta, numa rua calçada com paralelepípedos, sabe
bem que manter a estabilidade da bike é difícil, em ruas com tijolos à vista, como esses da foto da rua, apresentam a mesma dificuldade. Eu me lembro bem que é trepidante e irritante. O ciclista começa fazendo esporte
em terra firme, e acaba caindo dentro d'água. Existe o risco de vida, risco para
a vida, risco de perder a vida. Depois
que a palavra risco de morte foi "imposta" pela mídia, a maioria deixou de usar:
risco de vida, mas ambas as formas são corretas. Se alguém cair dessa ciclovia ou “errovia”, caso
não sabia nadar, pouco se importará com questões linguísticas nesse momento. A
regência verbal do verbo morrer deixa também de
ser importante nessa situação. Mesmo se a pessoa souber nadar, poderá perder a
bike. Para quem quiser fazer esporte radical com uma bike e que saiba nadar,
existe um vídeo na internet, uma rampa de terra por onde o ciclista salta de
bike, caindo dentro de um lago, detalhe, eles caem separados da bike, por opção, e há
pedaços de “espaguete flutuador” amarrados na bicicleta, para fazê-la boiar. Faria mais sentido, nessa "ciclovia" da foto, transformar esse trecho do canal para se
utilizaram aqueles pedalinhos, o único modo de usar pedais com segurança na
água, sem se esquecer do colete
salva-vidas, claro, se a água não for fedida. Se todos nós que estamos vendo a
foto, achamos perigoso, como é que o idealizador do projeto não levou em
consideração o fator segurança. Há ciclistas de todas as idades. No mínimo, essa sinalização é bizarra, esdrúxula e de alto risco de
acidentes. Tanto a falta de sinalização quanto a sinalização errada podem ser
fatais. As placas com erros gramaticais prejudicam a língua portuguesa, as
colocadas erradamente podem causar a morte. O pictograma (a representação da
bicicleta pintada no chão, está perfeito) está perfeito, com o canal ao lado,
porém, a escolha do trecho foi infeliz. Mesmo alguém que saiba nadar e queira correr o risco, não ficará feliz caindo dentro d'água, num dia de inverno rigoroso, e, se o lago congelar, cair de cara no gelo.
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