Realmente, o momento da limpeza com o pincel, na barbearia,
lembra muito a decapagem, que é o
processo detalhado, onde o objeto arqueológico é cuidadosamente limpo com pincéis, a
diferença é que a pessoa não é fotografada em diversos ângulos, nem desenhada
numa escala em três dimensões: altura,
largura e profundidade. Isso não a impede de fazer uma selfie desse momento e
postar nas redes sociais. Isso até parece exagero, mas acontece mesmo. Aos
bustos e estátuas de personagens poderosos do passado, encontrados em escavações arqueológicas, restam as últimas pinceladas, não as que tirarão os
restos de cabelos que, se não forem removidos, pinicarão pele, mas sim tirarão a
poeira do esquecimento, algumas personalidades do passado serão eternamente
pinicadas pela má reputação que deixaram na história. Esse pincel que faz essa ponte improvável entre
Arqueologia e Barbearia está presente nas famosas Barbearias Retrôs. Em São
Paulo, essa ideia de trazer para o presente, tanto o espírito da Barbearia dos
anos 50/60, quanto a decoração vintage, tem feito grande sucesso. Não é preciso
passar no Bar, antes ou depois do corte de cabelo, existe um Bar dentro da própria Barbearia,
esse BAR, além de significar barba, passou a significar beber, o cliente pode
fazer barba, cabelo e bigode, ainda tomar cerveja, refrigerante e café. Bar e Barbearia, Bar & Bearia num só lugar. Uma das famosas de São Paulo, que já conta com outras unidades, a Retrô Hair, disponibiliza Wi-Fi e uma carta de cervejas que podem ser escolhidas pelo tablet, tem-se a sensação de estar numa
glamourosa barbearia dos anos 50/60 e, ao mesmo tempo, usufruindo dos dispositivos
móveis de última geração. A experiência de cortar o cabelo, fazer a barba também se transforma numa viagem no tempo. Para as novas
gerações, é uma oportunidade de saber como eram as barbearias no tempo dos avôs
e bisavôs. Sem se esquecer de visitar os museus, graças ao trabalho dos
arqueólogos, podemos apreciar como eram
a cultura e o modo de vida das antigas civilizações, se não fossem os arqueólogos, esses fantásticos objetos arqueológicos estariam perdidos
para sempre, enterrados, eternamente, no esquecimento das areias do tempo.
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