Eles odeiam serem chamados de tribo urbana, odeiam mais
ainda, quando a originalidade deles é copiada ou imitada. Alguns dirão que eles
misturam as últimas tendências de moda com roupas dos bisavôs ou bisavós.
Misturando roupas e acessórios de épocas distintas, num look estiloso,
extravagante, diferente, excêntrico. Criando um estilo próprio, sem dar a
mínima para o que os outros pensam. Enquanto os estilistas quase tem um ataque
de nervos, classificando-os como cafonas, bregas e autores de combinações de
roupas para lá de bizarras, os hipsters não dão a mínima para as convenções
sociais. Combinando acessórios antigos como escuros modelo wayfarer e chapéus
fedora, roupas vintage, calças justas, chamadas "skinny jeans". Misturando um ar de tédio, um olhar blasé, ao
mesmo tempo com uma nuance de superioridade, ouvindo Bob Dylan e bandas de
rock alternativo ou Indie, assistindo a filmes antigos, frequentando feirinhas
brechós e mercado de pulgas, museus. Eles
são o original que não pode se "desoriginalizar", por
opção, criam sempre algo novo, mas quando alguém começar a usar aquilo, eles
perdem o interesse, partindo para outra criação original. Essa vontade de
tentar rotular sempre existiu, sempre existirá, nos anos 80 eram os Yuppies;
Mauricinhos, depois, Playboyzinhos; Patricinhas. Sempre que alguém é rotulado
numa tribo urbana, underground ou subcultura, surgirão aqueles que dirão que tal pessoa só
parece ser aquilo, tenta ser aquilo, mas não é realmente aquilo. No Rock, usavam
a palavra “poser”, alguém que só veste uma camiseta de banda, mas que não
entende os códigos e a cultura, ou seja, a pessoa só está fingindo que gosta
daquilo para se infiltrar dentro de um grupo, ser aceita pelo grupo, no fundo,
não gosta realmente daquilo. A atitude e gostar realmente de algo vão muito
além de camisetas de banda e tatuagens. Não era só por vestir uma camisa de
lenhador que se era um grunge. Como toda tribo urbana, subcultura ou
underground, certamente, existem os pseudo-hipster; fake hipster; poser
hipster. A foto do post faz uma
brincadeira com essa prova de fogo, realmente, um desafio proposto para alguém,
realmente, provar que é hipster. Levar a máquina de datilografia até um parque
e datilografar, não digitar nem teclar. O desafio proposto foi além de roupas, acessórios,
sessões de cinema, museus. É pura
atitude, mas, no fim, as fotos serão
postadas na internet, tornando-se MEMES. Como acontece com qualquer moda,
estilo, tribo urbana, subcultura, contracultura, essa exteriorização contextual
estilosa retrô, personalizada, pessoal, única, uma “moda” que não é para ser
chamada de moda, nem seguida, teria que
ter um nome: Hipsters. Contrariando a
própria definição, há sites ensinando como um hipster se veste, mas, enquanto
as pessoas aderem a esse look, os verdadeiros hipsters já estarão com algo
totalmente diferente e único, é a originalidade se reinventado sempre, com um
saudosismo do que não viveram. Segundo algumas consultorias de moda, a
“cultura” hipster entrou em decadência, estaria se convulsionando, com o
fechamento dos points e redutos hipster. O exército de barbudos com camiseta
xadrez estaria sofrendo “baixas” irremediáveis, assim como as garotas com
bicicletas e roupas retrôs. Como ser original, mas impedir alguém de copiar
essa originalidade, a questão é tão complicada e psicologicamente reversa que,
simplesmente, negar o rótulo hipster é “afirmar” indiretamente ser seguidor, ou
seja, seguir algo que não é para ser seguido. Copiar é não ser original. Assim
como as definições de Hip, algo descolado, inovador, novo, cool, etc, já existiu em décadas anteriores. o Ster
sendo o praticante e o seguidor.
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