Houve um tempo em que as opções de papel higiênico eram
limitadas,nos primórdios o papel higiênico nem existia. As gerações mais novas não lembram, certamente, avôs, avós, pais e
mães não sentiram saudades, quando aquele papel cor-de-rosa desapareceu das
prateleiras. Apelidado por alguns de lixa tico-tico, quem fez uso desse papel
higiênico descobriu que a vida não era um mar de rosas, muito menos o papel
higiênico. Segundo pesquisas recentes, o consumo de papel higiênico de folha
dupla vem aumentando ano a ano, alavancados pelas classes C e D as vendas da
linha chamada Premium demonstram a preocupação das classes emergentes em
adquirir produtos de qualidade melhor, não é apenas uma questão de status, mas
de conforto. Assim como os carros, quando um modelo se transforma em popular, é
criado outro mais caro, mais fino, de mais luxo, óbvio, com o papel higiênico não poderia ser
diferente, o modelo plus, deluxe ou superluxo já existe, é o papel higiênico de
folha tripla, poder-se-ia dizer: tripla ação: “macio, confortante e
reconfortante”. Essa ideia da foto do posto, quer seja como objetivo de
divulgação de uma nova marca, quer seja para fins de promoção ou fácil
localização do produto, foi bem criativa, devido a pressa e, algumas vezes, dificuldade de encontrar de cara a
sessão de higiene & perfumaria nos supermercados. Só não é pura arte, porque não está no museu. Essa discussão: Se está no museu, é arte vem de longe, o status de ser arte pelo simples fato de estar exposta num museu. Pode-se até imaginar o crítico de arte coçando o queixo e dizendo: "Expressa contemporaneidade, ao mesmo tempo, remete ao idílico do campo ou lembra um passeio na branca areia da praia". A manequim com seu vestido de papel
higiênico tem uma presença marcante, caso fosse uma modelo real, desfilando
numa passarela, ninguém poderia dizer que esse vestido de moda fashion jamais seria
usado no dia a dia, seria usado sim, mas de outra maneira. O marido não poderia reclamar do preço do vestido, pois ele faria uso do vestido também, não para vestir, mas como papel higiênico. Seria a primeira vez
que um vestido seria vestido e, depois, usado, se houvesse uma diarreia,
nenhum vexame seria sofrido, no máximo o tamanho do vestido iria diminuindo.
Essa ideia provou que o modo como o expositor apresenta o produto, seja na
gôndola ou não pode fazer a diferença. Se essa imagem estática é criativa e
interessante, se fosse uma modelo real, correndo, enquanto os papéis higiênicos
iam sendo desenrolados, seria bem inédito também, ela ia deixando um rastro de
cauda de papel higiênico pelo caminho, pensando bem, isso daria um filme
publicitário, terminando com ela entrando no banheiro e a porta sendo fechada.
“Não se esqueça de lembrar ou lembrará quando esquecer”. Se um dia alguém for
surpreendido pela falta, entrará em ação aquela máxima contingencial: “Situações
desesperadas pedem medidas desesperadas”. Nesses momentos, que ninguém deseja
passar, entende-se perfeitamente quando alguém queria insultar um jornaleco
sensacionalista chamava-o de: papel higiênico, a revista Mad, da qual sou fã ate hoje, também tinha o apelido de papel higiênico, apelido dado carinhosamente pelos fãs leitores da revista na sessão de cartas. Lembro-me também das músicas não
autorizadas do primário: Dingo Bel, Dingo Bel, acabou o papel, não faz mal, não
faz mal, limpa com jornal. O Jingle Bells foi adaptado, inclusive, os bells, os
sinos, foram para o singular, só para rimar com papel. A segunda parte é melhor
nem comentar, era uma época que o jornal era caro, caro para chuchu... Se bem
me lembro, essa não foi a única musica natalina que tinha versão não
autorizada, havia uma da canção natalina: Bate o Sino: “Hoje a noite é bela,
juntos eu e ela, vamos a favela, comer pão com mortandela (se usar a norma
culta: mortadela, estraga a música). Essa adaptação não autorizada, pelo menos,
era romântica. Acabei de ver um comentário de uma pessoa, dizendo que gostou do post, apesar de pensar que eu falaria de pintura, eu agradeci a ela pois, isso me fez lembrar que essa foto do post parece uma pintura de Claude Monet: "Campo de Papoulas em Argenteuil", há uma mulher segurando de chapéu segurando uma sombrinha, acompanhada de uma criança, ambos andando por um campo de papoulas.
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