Como Eu Imagino Que Falo Português.

        Linguagem oral, português falado, gírias, o internetês exagerado.  É sabido que a linguagem falada, numa prova oral, é completamente diferente daquela que falamos com os amigos, quer seja numa partida de futebol, quer seja no convívio social ou cotidiano. Saber se adaptar a essas mudanças de “estilo”.  Saber aquele momento quando podemos relaxar na linguagem falada ou quando ela pode ser mais informal. "Realizar-se-ia o casamento hoje", por exemplo, não parece apropriado para uma notícia dada pelo celular, ficaria melhor:  "o casamento se realizaria hoje". A mesóclise parece afastar o receptor (leitor) da mensagem, criando um abismo, eu penso assim, por isso eu evito usá-la, eu nunca a usei, mas não é nada pessoal. Claro, ela é importante em concursos, cobrada no vestibular, no Enem, na linguagem culta, provas, etc. Todos os tutoriais de como escrever um artigo ou post dizem que um blog repleto de erros de português e atrocidades gramaticais afastará os leitores e minará a credibilidade do blog. O grande desafio é: como transmitir a mensagem sem afetação e, ao mesmo tempo, sem “assassinar” a língua portuguesa. Afetação é quando a pessoa está usando verborragia demais, que soa artificial, exibicionismo puro, linguagem muito rebuscada. Minha tentativa de explicar a afetação, ficou verborrágica... Tinha até um site, onde existia um gerador de verborragia, sentenças longas, com palavras complicadas que diziam, absolutamente, nada. Dependendo do grupo ou tribo urbana, gírias são usadas e reconhecidas, algumas extrapolam a própria tribo e são assimiladas na sociedade. Talvez, o meio-termo seria a capacidade de saber usar, isto é, discernir, um tipo de linguagem para cada ocasião. Do mesmo modo que precisamos usar um tipo de traje para determinadas ocasiões.  Conhecer a linguagem culta para poder, conscientemente, não segui-la, quando a ocasião exigir, mas, segui-la à risca, quando for necessário.  A maior parte das pessoas odeia ser corrigida, principalmente, em público.  Na linguagem oral ou falada, aquele amigo que vive corrigindo os outros, mesmo que na melhor das intenções, tem grande probabilidade de ser considerado inconveniente.  Na internet, no teclar, também conhecido como digitar, no finado MSN, no agora Skype ou noutro mensageiro, a mensagem precisa ser passada rapidamente, na velocidade da internet, muitas vezes, só a essência é transmitida, ou melhor, enviada com a tecla ENTER, a outra pessoa  completa ou “decifra” a mensagem, bom, alguns nem tentam porque não há tempo ou ela fica tão mutilada que perde o sentido para o receptor, não duvido que, muitas vezes, a própria mensagem tenha um sentido ambíguo ou nenhum sentido. Para onde vão todas aquelas “letrinhas” que vão sumindo na rolagem da tela?. Se acreditarmos no físico teórico, Leonard Susskind, para algum lugar elas devem ir, pois, segundo ele, a informação não pode ser destruída. Nem mesmo as informações contida nos livros queimados de uma biblioteca, teriam sido, realmente, destruídas. Stephen Hawking, ao contrário, acreditava que a informação era perdida, juntamente, com a “morte” de um buraco negro. No documentário, esse duelo de gigantes é mostrado, esmiuçado e dissecado para nós, leigos em física teórica. Enquanto assistia a esse documentário, pensei nas tais "letrinhas", não que eu tenha perdido o sono pensando nisso, mas essa quantidade incalculável de informação indestrutível, segundo Susskind, encontra-se em algum lugar. Se formos pensar nos neutrinos, quantidades incalculáveis deles transpassam nossos corpos todo dia, bom, as tais letrinhas, e o destino delas, não são tão preocupantes assim, se comparado aos neutrinos.  Tudo que foi teclado e digitado até hoje, desde que a internet existe, talvez, esteja em algum lugar. Essa sopa de letrinhas internéticas faz parte do universo. Esse rio de “letrinhas” passa dia e noite, noite e dia. Para encerrar essa postagem, sem me estender muito, as recomendações e tutoriais para escrever artigos, postagens são que se evite ao máximo erros de Português, mas temos que ter consciência de que eles ocorrerão. Escritores consagrados já cometeram erros, escritores famosos contam com os revisores das editoras, jornalistas famosos já cometeram as falhas deles. As crases são traiçoeiras como minas terrestres, as concordâncias, a verbal e a nominal, são arame farpado. A nova ortografia ainda está no front, causando baixas. Mas é preciso ter a coragem para escrever, aprimorar-se. Errar tentando, tentando errar o menos possível. A ortografia pode ser sempre corrigida, se a pessoa tem algo que acha que é criativo, uma ideia original, devia postar ou escrever. Um erro ortográfico pode ser consertado, mas uma ideia criativa perdida é algo irreparável. 

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