Esse parece ser algum tipo de dinâmica, em algum tipo de
palestra. Não creio que seja algum tipo de sociedade secreta. Poderia ser algum
tipo de reunião motivacional de alguma empresa, enfim, são suposições. O que
está claro é que existe um interlocutor, o gesto de fazer o formato de um
coração com ambas as mãos está sendo repetido pela plateia, porém, há uma
pessoa imitando o gesto, mas, sem a
mínima noção do que esteja fazendo, nem ao menos formou um coração, parece mais
um triângulo mal-acabado. Ele parece não ter a menor noção do que está fazendo
ali, nem se quer está olhando na direção do interlocutor. Não está prestando a mínima atenção no que
está sendo dito ou mostrado, seja lá qual for essa dinâmica, ela não surtiu
quase nenhum efeito sobre ele, embora, esteja ali fisicamente, os pensamentos
devem estar em algum outro lugar, bem distante.
Pode-se notar que há pessoas prestando atenção, mas não repetindo o
gesto do coração. Parece mesmo que as pessoas mais efusivas e contagiadas, pela oratória, estão mais perto do orador. A
loira parece estar muito entusiasmada, não tenho receio de reproduzir o gesto. Não existe ser humano que já não esteve em algum
lugar, acontecimento, festa, evento, etc, que não pensou ou se sentiu,
totalmente, um estranho no ninho. Realmente, esse cara que aparece na ampliação
está noutro mundo, noutra dimensão, perdido nos pensamentos dele. O que deve
ser curioso foi o que o motivou a estar ali, pelo menos em corpo físico. O impulso que o motivou a sair de casa e comparecer. Talvez,
ele precisasse estar ali, profissionalmente, por vezes, precisamos comparecer a
lugares que não estão em primeiro lugar na nossa lista de lugares que gostamos
muito de estar. Pode-se imaginar alguém
perguntando: “Foi legal a palestra?”; “O que foi ensinado lá?”. Outra hipótese,
é a pessoa estar com tantos problemas pessoais, problema é o que não falta na
vida, que ela ligou o piloto automático, simplesmente. Nesses momentos, o aqui e agora deixam de
existir, os pensamentos vão em diversas direções, algumas vezes, entre o passado e suposições ou expectativas sobre o futuro, tal com pássaros pulando de galho em
galho, onde cada galho é uma tentativa de solucionar o problema.
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