Escapando da Segunda Dimensão

    Os desenhos, sejam eles animados, ou das HQ, no geral não têm consciência de que há um mundo, na chamada terceira dimensão, onde nós, seres de carne e osso, existimos. Quando eles adquirem esta consciência, é por meio do roteirista, então, eles ficam conhecendo seu pai ou mãe, o cartunista, ou a cartunista que os criou, conhecem os desenhistas, coloristas, responsáveis pelo storyboard, os animadores, diretores de arte, etc. Na animação tradicional era assim, hoje, eles conheceriam menos pessoas, devido aos softwares de animação 2d, cito um que eu conheço um pouco, o Anime Studio Pro. Alguns desenhos animados tradicionais tiveram este episódio mágico, no qual os personagens ficavam sabendo, que eram fruto de animações feita em estúdios, até mesmo suas vozes eram feitas por dubladores. O interessante, é que esta descoberta, não afeta drasticamente os personagens, nos desenhos posteriores, eles agem como se nada tivesse acontecido, claro, agem conforme os roteiristas determinam, não se questionam, se o que falam, vem deles mesmos, ou é colocado em suas bocas, através das falas, criadas pelos roteiristas e interpretados por dubladores. Mas, é como se eles soubessem da existência do nosso mundo, mas, ficassem mais felizes por viverem no mundo 2d. No mundo dos quadrinhos e desenhos animados, os personagens raramente morrem, acontece de vez em quando. Há o inverso também, quando pessoas de carne e osso, viram personagens animados, interagindo no mundo 2d. Antes mesmo de ser eternizado, por ter criado o personagem de desenho, o criador, ou criadora, já tem seu lugar assegurado na posteridade, basta lembrar quem é o pai do Mickey Mouse, e o pai da Turma da Mônica, aliás, por falar em eternidade, há um boato que, podemos classificar como lenda urbana,  a cabeça de Walt Disney estaria congelada numa empresa especializada em criogenia, desde sua morte. Na esperança, de que no futuro, haja tecnologia para ressuscitá-la, depois de ressuscitada, o cérebro e cabeça, seriam ligados a um corpo de um doador. A filha de Walt Disney,  Diane Miller Disney, desmentiu todos estes boatos, há algumas versões, o que consta é que o corpo de  Walt Disney foi cremado, logo após sua morte, em 1966. O desenho Futurama mostra com ironia e bom humor, as cabeças congeladas de várias personalidades, o custo atual para congelar a cabeça na empresa americana Alcor é de: R$ 146 mil, corpo inteiro: R$ 352 mil, a alegria de acordar num futuro distante, no qual já exista a cura para a doença que matou alguém, não tem preço... Não sei se a Alcor e a Crynics Institute, que é outra empresa americana especializada em criogenia, aceitam cartões de crédito. A Crynics Institute cobra R$ 82 mil para congelar o corpo inteiro, a pessoa pode também, por R$ 17 mil, congelar seu animal de estimação, quando ele morrer. Estas empresas realmente existem, embora, não façam propaganda explícita, afinal, morte é sempre um tabu, e ser congelado, depois de morto, um pouco bizarro. Por falar nisto, publicidade de jazigos, é sempre de mau gosto, de mau agouro. Eles sempre colocam um jardim, árvores ao fundo, algo bem bucólico e campestre, associado ao descanso, pior, descanso eterno, é quando a pessoa se da conta de que a propaganda é de jazigos, prefere viver cansada mesmo. Como será que um publicitário faria o jingle para uma empresa de criogenia? "Crio, Criogenia, é a coisa mais gelada deste mundo!". Pode-se dizer que a Alcor leva a expressão: "esfriar a  cabeça", ao pé da letra, ou a cabeça da letra. Voltando a tirinha, o desenho está duplamente preso, dentro do mundo 2d, dentro de uma cerca, a qual ele entorta e sai. A cerca, depois de entortada, vira um passagem para o mundo, na terceira dimensão. Existe um clip que ilustra bem estes conceitos, claro que eu não sou fã do A-ha, mas, lembro de um clip que levou um grande trabalho para ser realizado, numa época, na qual a computação gráfica engatinhava ainda,  parte do clip é de desenhos feitos à mão, quem gosta de desenho e quadrinhos, perceberá, o árduo trabalho que deu para realizá-lo. Caso você goste de rock como eu gosto, não vai curtir a música, mas, se você é fã, ou tem curiosidade sobre a música pop dos anos 80, creio que gostará, de qualquer forma, no quesito arte, desenho, intersecção do mundo dos quadrinhos, com o mundo real, é bem interessante: http://www.youtube.com/watch?v=djV11Xbc914 há também, um clip feito em desenhos mais gestuais e fluídos, o introspectivo: Brothers in Arms, Rock do Dire Straits, se você não curte rock, certamente, gostará dos desenhos, o mesmo conceito é usado: http://www.youtube.com/watch?v=jhdFe3evXpk 

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